domingo, 12 de agosto de 2012

Meu pai- Vovô da Gá

Meu pai, vovô da Gá, é uma pessoa sensacional!
Sempre fui muito ligada ao meu pai, sempre fomos muito amigos e sempre recorrí à ele quando precisei.
Meu pai vêm de uma família humilde do nordeste, teve TREZE irmãos e acho que isso influenciou muito no pai que ele é.
Meu pai é futurista como eu (na verdade, eu que sou como ele neh?). Sempre preocupado com o futuro. Ele só quis ter dois filhos, porque sabe as dificuldades que passou com tantos irmãos, então quem decidiu fechar a fábrica foi ele.
Meu pai não é carinhoso com os filhos, não dá abraços e beijos, na verdade não lembro de ter recebido um único beijo dele. Mas eu fui o xodó dele, ele demonstrava seu amor da forma dele.
Meu pai era como um amigo na infância: minha mãe colocava nossos pratos e quando dava meia volta a gente pedia pra ele comer por nós... e ele comia... assim recebiamos a sobremesa: o danoninho. rs. Isso também acontecia com as vitaminas. E por isso ele era nosso amigão, e a mãe era "a chata".
Meu pai sempre tentava demonstrar o amor dele de diversas formas, e para nos sentirmos especiais ele tinha uma tática: chegava em mim e dava algumas moedas e dizia: Não conte ao seu irmão, estou dando só a você. E eu toda feliz porque me sentia a preferida. E meu pai fazia o mesmo com meu irmão, e nós dois com caras de boboca olhando um pro outro e se sentindo o preferido.
Meu pai sempre apoiou qualquer decisão nossa que diz respeito à profissionalização.
Eu fiz dança quando criança, e ele já pogramava minha carreira de bailarina (fiz apenas meses de aula...)... meu irmão frequentou escolas de futebol (e não jogava bem, tadinho) e meu pai sonhava. Meu irmão é baterista, e meu pai já sonha ele numa grande banda, comprou a bateria.
No dia das crianças (eu tinha 8 anos) ganhei uma máquina de escrever, porque meu pai disse que eu ia trabalhar num escritório. Ele fazia mil planos para mim e meu irmão.
Junto com tudo isso ele sempre foi bem mão-de-vaca. Nós achávamos isso e minha mãe também achava, lembro-me dela sempre reclamando disso. E eu não sabia o quanto de bem ela fazia ao não nos dar dinheiro quando pedíamos, ou fora de hora. Ele decidiu nos dar mesada, quando eu tinha 11 anos, assim iria adminstrar meu dinheiro. Ele nos dava todo dia 5, e depois mais nada, somente no próximo mês. Se pedíssemos dinheiro fora da data ele nos olhava e dava risada... a gente ficava até desconcertado. Algumas amigas me falavam: pede ao seu pai, e eu nem tentava.
De tudo o que ele me ensinou, a educação financeira é algo que guardo comigo para sempre e quero passar à Isabella.
Ele nos ensinou à não sermos consumistas e a sempre ter uma reserva. Nos ensinou que comprar à prazo não compensa. Nos ensinou à pensar no dia de amanhã, porque ás vezes não temos com quem contar. Nos ensinou a não desperdiçar comida, nos ensinou a fracionar, pois as compras eram feitas 1 vez ao mês, e se comer tudo de uma só vez, acabou.
Na verdade meu pai só queria nos preparar para o futuro. Ele queria que tivéssemos garantia e um futuro próspero, uma boa profissão.
Aos 15 anos comecei a fazer estágio (na verdade eu era peão neh?) e saía de casa ás 05:00, acordava ás 04:30, e meu pai levantava comigo, e ficava no portão até me ver sumir no fim da rua, cuidando de mim. Meu pai falava à todos com orgulho que eu saía tão cedo de casa, pra ganhar meu dinheirinho. Ele ficou muito feliz quando começei a trabalhar.

Meu pai é aqueles "caba da muléstia", nunca o vi chorar, nem mesmo quando perdeu a mãe. Ligaram de madrugada pra ele para avisar do falecimento, ele atendeu, disse ok, e depois voltou a se deitar, como se nada tivesse acontecido, perguntei o que foi, e ele disse: sua vó morreu. E só. Nesse dia chorei pela minha avó, mas chorei por ele, sabia que ele estava sofrendo e guardava tudo aquilo.
O único momento em minha vida que vi meu pai se emocionar foi em minha formatura da graduação. Era o sonho dele me ver formada, apesar de não poder me ajudar com mensalidade/financeiramente, ele sempre me incentivou muito e sempre fez o que pôde. Ele chorou ao me ver jurar a profissão, e eu chorei litros pela emoção dele, ele realizava em mim o sonho da formatura.

Meu pai sempre respeitou nossos gostos musicais e estilos. Quando eu andava no estilo heavy metal ele adorava, quando me viu de calças rasgadas e batom preto ele ria muito. Apesar de ser criado com muita rigidez ele nos dava liberdade quanto à isso. Aprendi a gostar de Raul Seixas e Jonny Rivers com ele.
Meu pai é uma figuraça... ele curtia participar das bagunças que fazíamos com nossos amigos, bebia junto com a gente - na verdade, meu pai tem problemas como álcool e eu não era muito feliz quando ele queria participar- e não se importava tanto com as loucuras que fazíamos - meu irmão não participou de tantas loucuras como eu.
Nossos amigos sempre gostaram do meu pai, e meu pai sempre tratou todos muito bem.
O problema do meu pai era com os meninos e comigo. Até meus 18 anos ele não queria que eu me aproximasse do sexo oposto, ele era uma "fera" quando falavam em namorado para mim. Ele detestava pensar na idéia de me ver com alguém. Ele mesmo foi bem pegador, então pensava que eu poderia me enrolar demais com alguém, ser enganada.
Mas ele tinha mita confiança em mim para outros assuntos. Eu sempre soube o quanto ele ganhava, e como ganhava. Me deixava responsável por pagar as contas, me entregava dinheiro para as compras no supermercado (na minha adolescência). Ele me ensinou direitinho à economizar, e preferia que eu fizesse as compras, do que minha mãe.
Meu pai sempre me escutou, desde criança. Ele achava importante nossa opnião para decidir coisas sobre a família, como mudanças, pintura da casa, coisas assim, ele sempre nos perguntou o que achávamos, e sempre escutou nossa opinião.
Quando fiz 18 anos ele me deu a carta de alforria: me deu liberdade mesmo. Ele sempre prometeu que quando eu tivesse 18 anos eu poderia decidir sobre minha vida, e aí fiz 6 das minhas 7 tattoos, praticamente uma atrás da outra. Ele odiou neh?

É por essas e outras que amo-o muito, e um dia se perdê-lo, sentirei muito sua falta.

Meu pai é meu amigo, meu herói. O post ficou imenso, mas ele merece.

(pretendo imprimir esse post e dar à ele)


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E o pai da Gá?
Bom, seguem fotos do final de semana dos dois. Eles brincaram mais porque eu não tava legal, me preaparava para um exame neste domingo e papai teve que ficar com ela:






Feliz dia dos Pais!!!


7 comentários:

  1. Nossa meu pai também não adora a ideia de eu me aproximar de meninos kkkkkkkkkkk
    Mas.....FELIZ DIA DOS PAIS AMIGA *-*
    Lindas fotos....BEIJÃO

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  2. Ai que lindo amigaaa ... eu amei!!!
    Feliz dia pra vcs .. beijos mil ...

    Roberta e Luma

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  3. Uau... Você tem um paizão e tanto einh...
    Da para ver o quanto ele gostava de vcs e fazia o possivel por vcs dois...
    Muito especial ne...
    Parabéns ao seu paizão e ao seu marido, desejo um feliz dia dos pais aos dois...
    Bjs

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  4. Parabéns aos papais! Eu tb admiro mtu meu pai, é bom isso né? bjss

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  5. Ai Claudia, que lindo tudo que vc escreveu sobre seu pai,imprime e dê a ele sim, com certeza ele vai gostar muito!

    Estou muito sumida da blogosfera, mas de vez em quando dou uma espiadinha por aqui.

    Beijos!

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  6. Clauu!! Vc descreveu meu pai!!! Incrível semelhança! Gente do céu, to pasma! Adorei saber que teve um pai com o meu, igual em tudo! Sério mesmo!
    Beijos!!

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  7. Lindo seu post,adorei e parabéns aos papais
    Boa semana
    Bjinhos

    mamaenathan.blogspot.com

    coisasepapodemulher.blogspot.com

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