E bem no meio do ano decidimos pela mudança de escola das meninas.
Já era um plano para 2023, devido esse período de pandemia. Percebemos (e todos comprovam) uma defasagem grande de aprendizado das crianças. Infelizmente não houve o acompanhamento necessário e inclusive divulgado como certo que as crianças precisavam.
As meninas acabaram tendo algum acompanhamento em casa comigo, Isadora foi alfabetizada com atividades online (internet me ajudou bastante) e Isabella com algum conteúdo diário (estudo de tabuada, exercícios das operações matemáticas, estudo de ciências com ajuda do livro, geografia eu busquei matérias online para aplicar e estudo de história pelo canal da Débora Aladin (https://www.youtube.com/channel/UCx7HKmnCIIbRBF2FjAoV0bg), que apesar de ser voltado mais ao fund II e ensino médio e preparatório para vestibular, pude escolher os vídeos de história do Brasil, especialmente do período colonial (conteúdo para o fund I), para assistirmos e discutirmos sobre.
Como trabalho em tempo integral em home officce então preparava o conteúdo no domingo e aplicava na semana em apenas 1 hora (30 minutos a cada uma delas). Foi pouco, mas por não tempo e nem didática necessária fizemos o que foi possível.
Mas isso que fizemos em casa não foi suficiente, e as crianças que não puderam ter nem ao menos isso acabaram se distanciando muito dos estudos. Crianças no 5º ano que não sabem ler... que têm dificuldades de interpretar texto simples, e o professor tendo que retomar estudos de anos anteriores e ainda tentar seguir o currículo escolar do ano vigente, ou seja, dificuldades e com certeza muito atraso.
No segundo ano as crianças iniciaram pelo A E I O U e Isadora já estava lendo todo os gibis e livros infantis. E tudo isso com apenas 30 minutos de dedicação ao dia, e o gosto de leitura que ela têm.
Vimos Isadora desmotivada e sem estímulos para estudar, mas como a professora era muito amorosa ela gostava da escola, e ajudava os colegas. Mas a vimos sem explorar seu potencial, principalmente em uma fase em que são tão esponginhas.
Então na véspera das férias escolares de julho tivemos um acontecimento desesperador: a van escolar perdeu Isadora. Entregaram Isabella em casa, alegando que não encontraram Isadora porque acharam que eu havia pego ela mais cedo. E a van saiu da escola sem se certificar comigo ou com a escola (que só libera anotando em livro de ocorrência). Mas então, ela estaria na escola certo? O Pai correu lá e não, escola fechada, ela não estava... A van havia iniciado um trabalho conjunto com outra van, de ajuda mútua, e mesmo desesperada pedi que a condutora confirmasse se ela por acaso estava na van parceira dela, e ela me confirmou que não estava, e que não sabia onde minha filha estava. Estávamos todos transtornados, até que 20 minutos depois dessa correria a segunda van trouxe ela de outra escola, sem explicar nada, sem dizer porque não sabiam do paradeiro. Estávamos tão nervosos que eu não quis conversar, só queria ter ela em casa. O Pai nervoso proferiu palavras pesadas para a condutora da van e isso fez com que ela me enviasse um comunicado que não atenderia mais minhas filhas, como se o que ele fez fosse pior do que o que ela fez.
Estava decidida a abrir B.O., denunciar na secretaria de ensino e tudo, mas ela encheu o pai de medos e ele preferiu não seguir com a denúncia. Eu desisti pelo cansaço e por querer apagar isso da memória, porque todos sofremos tanto pela situação toda... Isabella ficou apavorada, ficou bem agressiva dias depois, pois não quer exprimir emoções. Isadora por sua vez detesta ser o centro das atenções e odiava ouvir sobre isso, por isso quis apagar tudo e iniciamos acompanhamento terapêutico para ambas, em agosto.
No fim decido na mesma semana a procurar outras escolas e pedi transferência, e elas iniciaram o segundo semestre na nova escola.
Isabella se adapta muito fácil, fez amigos desde o primeiro dia. Isadora com muita dificuldade, chorava desde a noite anterior, detesta mudanças. Sentiu que a escola havia conteúdos novos e teve medo de não acompanhar, não dar conta, de levar bronca... mas ela é uma aluna sempre exemplar e mesmo entrando no meio do ano nem precisou de ajuda!
Com 1 mês melhorou a adaptação, e agora está mais tranquilo.
Já participou de mostra cultural, apresentou trabalhos, e pra quem é travada é complicado, mas conseguiu.
No primeiro evento da escola, com os avós |