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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Maternidade: o que não me contaram

Estive pensando em tudo o que descobri sozinha com a maternidade. E vi que há coisas que ninguém me falou, comentou, alertou, e coisas que talvez comigo tenham sido diferente. Por isso resolvi fazer este post para dividir com outras mamães e também com as futuras mamães as experiências mais intensas que passei e que nem de longe tinha idéia de como seria.
Algumas são ótimas experiências, e outras bem complicadas, mas tudo serve para o aprendizado de nós mamães.
Vou começar por ordem cronológica:
Eu não esperava que a descoberta da gravidez fosse um fato tão corriqueiro para a maioria das pessoas mais próximas. Devo ter relatado aqui que quem ficou muito feliz com minha gravidez foi o meu irmão e as amigas tentantes/mamães. Eu me decepcionei com a reação dos demais... boba eu? Pensava o quê, que a CARAS ia querer comprar a matéria por um mega preço e divulgar em grande estilo?


Na gravidez não sabia que todas as minhas forças seriam sugadas nos 3 primeiros meses. Eu me sentia tão mole, tão abatida, que dava até tristeza! Mas incrível como o mal estar passou na 14º semana, à partir daí curti a gravidez.


Não me falaram o quanto é maravilhoso gestar outra vida. Na gravidez já senti um amor doido que me inundou, não o amor que sinto agora, mas algo muito forte. Não sabia que poderia ser tão importante para alguém! E não sabia que ser importante me traria tanta felicidade.
Eu não sabia que rolava tanta polêmica com alguns fatos importantes da maternidade, ex: parto e amamentação. Gente, como esses assuntos dão pano pra manga! Também não sabia que 98% dos médicos adoram uma cesárea!
E antes de engravidar eu não sabia que:


- há trabalhos de parto de duram 2 dias! Imaginava: bolsa estourando, contrações e parto logo que chegássemos ao hospital. Mas não é bem assim... a dor eu imagina sim, mas não que durasse tanto tempo...


- Que gravidez se conta por semanas


- Que amamentar não é tão simples. Quando a Bella nasceu eu ainda não tinha leite, e ela passou fome. Usei remédios para aumentar a demanda, e mesmo assim não adiantou.




Para mim o parto foi belezinha! Até sair do hospital estava tudo ok!
Mas chegando em casa foi complicado, e ninguém havia me falado o quão difícil poderia ser.


Até o 4º mês da Isabella eu estava perdida, desorientada. Ficávamos as duas sozinhas o dia todo. Eu demorei para me localizar como “mãe”.
Não tive problemas com as tarefas básicas, como troca de fraldas, banho, higienização... isso tudo sempre fui eu mesma que fiz desde o hospital.
Minhas dificuldades estavam em minha cabeça. Nunca pensei que ficaria tão fragilizada no pós-parto. Eu chegava a pensar “tá bom, vamos voltar atrás, não quero isso pra mim, chegaaaa”. E eu buscava respostas, buscava alguém que tivesse sentido algo parecido, mas só encontrava famílias completas e realizadas com seu RN no colo. Quando saía para uma consulta médica (era o único motivo de sair) e via outras mães de RN só pensava: coitada!
Eu me questionava: onde está aquele ‘amor” que todos disseram que eu sentiria?


Bella teve muitas cólicas e acho que pelo fato da minha insegurança eu a deixava insegura também. Tivemos problemas com amamentação, e tudo isso foi juntando o virou uma bola de neve enorme, e eu me sentindo um fracasso...
Eu olhava para ela e pensava que ela não merecia uma mãe tão neurótica como eu. Nos momentos em que ela dormia serena eu a admirava com amor.


Atrelado à tudo isso, ninguém me contou que: a CULPA é um sentimento que anda lado a lado das mães. Como senti culpa e tudo! E até hoje sinto. Mas aprendi a controlar isso, nem tudo depende de mim. Minha filha é um ser individual e tento protegê-la, mas certas coisas na vida será necessário que ela passe para o seu desenvolvimento.
Senti muito culpa por desejá-la tanto e não conseguir sentir-me realizada com a sua chegada. Eu não me sentia preparada, eu pensava absurdos. A depressão me desanimava, e a culpa me matava.


Mas nada como o tempo! Com o tempo vi que o amor supera tudo, que seu nascimento foi meu maior presente, que ser mãe é a profissão mais gostosa do mundo!
Hoje muita coisa mudou. Eu posso acordar no meio da noite 3 ou 4 vezes só para acalma-la e faze-la dormir, e mesmo assim não desperto e mau-humor pela manhã. Eu tenho prazer em fazer tudo por ela, é um amor incondicional, aquele amor e que quando mais nos doamos mais amamos.
Eu escutava que “amor de mãe não tem igual” mas as palavras não parecem surtir tanto efeito, não dá para descrever um amor assim, como o que sinto pela Gá. Por isso, consegui descrever muita coisa que descobri, mas nem consigo descrever esse amor, é demais! Isso, só quando se é mãe para descobrir, ninguém pode nos contar.


Como mãe descobri inúmeras coisas bacanas:
- Passei a adorar cocô! Bella tem intestino preso, então seu cocô é um presente para mim!
- Que sensação maravilhosa vê-la comer algo com gosto!
- Felicidade sem tamanho vê-la com uma nova habilidade: quando segurou objetos, quando os levou à boca, quando sentou, engatinhou, quando passou aarremessar as coisas, quando passou a brincar de esconde-achou, quando pega o telefone e fala alou! Quando tentar escovar os cabelos...
- O fato dela estar saudável é uma felicidade indescritível


Gosto de falar sobre isso porque dividir experiências nos ajuda e muito. Na época poucas mães se manifestaram de maneira parecida comigo. Acredito que muitas podem passar por isso mas não querem deixar registrado esse momento difícil, pois na verdade, depois que tudo passa não ficam lembranças ruins, só o que passou de bom.
E hoje só consigo visualizar coisas boas no meu dia-a-dia materno, não me imagino de outra forma do que como mãe.
 ***********

E ontem fui à um encontro de mães dos bebês da maio de 2011, todos com 1 aninho agora! Foram 8 mães, 8 bebês, alguns papais. Muito bacana conhecer amigas que eu mantinha contato desde a gravidez, e trocamos tantas figurinhas! O Encontro foi com mães de SP, por isso muitas amigonas não compareceram... pena...
Mais uma vez: não tirei fotos... esqueci a câmera.

Boa semana à todas!




19 comentários:

  1. Realmente muitas coisas só aprendemos quando passamos´e com certeza é uma enorme desafio , porém bem recompensador né .
    beijoss

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  2. Hunnn, tbm me decepcionei com algumas pessoas q eu achava q ficariam super felizes com minha gravidez, mas me surpreendi de forma maravilhosa com outras q pareciam gerar o Isaac junto comigo.
    Ai amiga, verdade! Qndo saimos da maternidade entramos em outro mundo, parece que chega outro bb em casa.
    Mãe adora cocô.kkkkkkkkkkk. É incrivel. qndo Isaac era RN eu festejava qndo ele fazia cocô, e ainda contava toda orgulhosa. rsrsrs

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  3. Eu tb passei os 3 primeiros meses da gravidez muito mal... vomitava dia e noite... noite e dia.. foi bem tenso kkk.. Depois foi so o amor crescendo... cada mexida ne.... demais...
    Quando nasceu eu tive meus sogros por perto então não fiquei muito sozinha... sai bastante para ir ao médico e casa de parente... acho que ajuda bastante... pq ficar so em casa estressa ne... não sei explicar kkkk
    Agora estou na fase de descoberta das coisas.... super gostosa.... estou amando tudo isso kkk
    E quanto aos cocos... cada um é uma vitoria kkkk
    bjs

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  4. Nossa Claudinha!
    Também me surpreendi com muitas coisas e me decepcionei muito com outras!!!!

    Mas a maternidade no fim é maravilhosa né!

    Beijinhos

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  5. Muita coisa eu me identifiquei.

    Eu tb não sabi que gravidez era por semana, tb achava que parto era bolsa estourou, vamo pro hospital, nenem nasce e pronto.

    Agora de fato parto me surpreendeu! Cada um tem seu ponto de vista. Amamentação eu nunca vi nenhum "bafo", mas parto...

    Adorei o post.

    Beijo.

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  6. Cláudia imagino como deve ser, ainda bem que é fase. Quando descobri que estava grávida passei por uma fase muito difícil e pedia perdão por ter pensamentos tão ruins e difíceis de compreender. Acho que a maioria de nós passamos por isso!!!O bom é que é passageiro né! Bjkas e uma semana maravilhosa!!!

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  7. Entendo perfeitamente TUDO que vc narrou...
    Vc me deu a ideia de fazer um post semelhante!
    Me lembro que no primeiro dia que fiquei com o Caio sozinha nem lembrei de trocar a fralda!! A sorte foi que senti um cheirinho desagradável rsrsrsr! Coitadinho fiquei por dias com remorso de lembrar disso...
    MaAs na verdade eu acho que vc está sendo honesta em contar como foi difícil o seu inicio e a maioria das famílias/mamães passam pela mesma coisa só não contam!! Eu passei por tudo e tenho passado ainda!
    Por isso acho que festa de um ano não é para a criança é para a mãe!!
    Beijo

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  8. Realmente Claudia essas coisas no pós-parto acontecem muito!!
    Eu também me sentia super insegura, morria de medo de ficar sozinha com a minha pequena... me sentia um lixo de mãe!! Mais depois tudo isso passou!!
    E hoje posso dizer que a maternidade mudou minha vida!!
    Beijocas..
    Lindo post!

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  9. Claudinha...

    Acho que todas npos temos essas fases...das dificuldades, do encantamento, do estresse, de achar que não daremos conta...até mesmo da fase de nos sentirmos supermãe...a gente de vez em qd se sente né???Ainda mais que é sempre no nosso colinho que eles querem abrigo!

    Isso é tudo o que a maternidade nos proporciona...alegrias, amor, preocupações...e a cada fase que passa os desafios mudam...te digo isso pq tenho a Lulu que tá com 11 meses e o Davi com oito anos...que dá trabalho de maneira diferente da Lulu...e tudo isso é sempre desafiador...mas é a coisa mais gostosa da vida!

    bJS...

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  10. Nossa Claudia parabens, eu ainda nao tenho meu baby no colo mas as vezes tenho insegurança e o que você escreveu, se tivesse escrito de forma errada poderia ate me assustar mas depois de ler tudo isso, tenho certeza que vou estar mais ciente, pq antes de engravidar eu pensava que ia ser coisas boas nunca pensei em enjoo, dores, nas costas, ir no banheiro toda hora, e agora que estou gravida sei se que é diferente que nao é so festa, e pensava que quando tivesse meu baby no colo tambem seria mil maravilhas mas suas palavras doces, vão começar a me preparar para o lado da mãe..
    Beijos Linda

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  11. Oi Claudinha que bom dividir com a gente tudo isso, agora eu não posso dizer mais tarde que nunca ninguém me disse essas coisas rs...

    Na verdade sempre soube que a maternidade não é só flores, um mar de rosas, sempre soube que haveria momentos difíceis não idealizo, talvez por isso que demorei tanto pra decidir ser mãe.

    Mas desejei tanto viver este momento que tento me preparar para todas as fase e momentos que estão por vir, sejam eles bons ou ruims.

    Obrigada pelo post, adorei .

    Bjus

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  12. Eu lembro que vc comentava algumas coisas ... Eu não posso falar muito, pq foi tudo muito magico pra mim, sempe fui muito segura e nunca pensei que não seria uma boa mãe ou algo assim, hj o Fefê tem 6 meses, quinta feira completa 7 meses , e cada dia que passo sou mais feliz, com tudo isto que vc disse acima, com os arremessos dos objetos, com as mãos na boca , com os gritinhos com tudo ... Bom o que importa é que não tenho duvidas que você seja uma mãe maravilhosa pra Bela, afinal a gente vê nas fotos como ela esta linda ..bjus

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  13. Duas coisas que realmente foram " sacanagem" não terem me contado: a difícil fase de adaptação em ser mãe ( não achei algo assim tão natural...demorei bastante!) e a culpa besta que a gente carrega, mesmo qdo não fazemos nada de errado.
    Enfim, ser mãe é ser uma doida feliz. Com todas as implicações da palavra doida...

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  14. Pois é... sempre tem algo que imaginavamos diferente.... Tambem nunca imaginei que quando me descobrisse gravida me sentiria culpada ao inves de feliz...

    Entre outras coisas... posso ate fazer um post sobre, depois.

    Quanto à máquina, deve ser mal de mãe. Adoro bater fotos da Sophia, mas nunca lembro de levá-la quando vou sair . rsrsrs

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  15. a-do-rei o post. No meu caso o que mais sofri foi para dar banho no início. Sentia muita insegurança, parece que ia quebrá-lo. bjo pra vc Claudia.

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  16. Tudo o que escreveu é a mais pura verdade!! Relatada de uma forma que fizeram me enxergar nos primeiros meses de "mamãe" do Vitor! E olha que tinha apenas 17 anos... me sentia inútil, ainda mais pela dificuldade que tive em amamentar! Nossa, eu chorava ao ver que meu filho não conseguia sugar, que não descia leite... e depois, mastite e blá, blá... Foi muito difícil a adaptação, estuda no último ano do segundo grau... tinha um ser que dependia totalmente de mim, tinha casa, marido... coisas que antes pareciam estar distantes para mim!
    Mas agradeço cada dificuldade que passei, pois sei o quanto isso me ajudou a ser a mãe que sou hoje, não a perfeita, mas a MÃE que eu gostaria de ter.
    Beijos, adorei seu post amiga!

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  17. Nossa, parece até que sou eu quem estou falando!!
    Até agora está sendo uma barra, ser mãe, bom nesse último mês tem sido melhor, mas até então, me sentia triste, sozinha, deslocada, culpada por pensar que poderia estar amando, curtindo mais, odiando estar trancafiada dentro de casa, sem coragem pra sair, com medo dos choros no meio da rua. Por isso, sinto que prejudiquei meu bb, se tivesse acostumado ele a sair todo dia, hoje ele não estranharia tanto. Também acho que ele sente minha insegurança e por isso chora tanto. Tenho e tive tantas opiniões formadas a respeito das grandes polêmicas da maternidade e agora pra valer, vejo que quase todas foram frustradas, que o importante é deixá-los bem no agora e o amanhã, Deus proverá rsrs
    Bom, vou fazer um post sobre isso pq esse comentário tá gigante!! rsrs bju amei este post, faz a gene perceber que não está sozinha!!!

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